quarta-feira, 7 de fevereiro de 2024

A Origem da Civilização Grega II: A Talassocracia Minóica

 

Minoan civilization | History, Location, & Facts | Britannica 

A Idade do Bronze Grega marca o inicio da Civilização do Egeu, com a transformação dos assentamentos pouco povoados e periféricos, ante aos avanços experienciados pelo crescente fértil, em ricos, densos e desenvolvidos modelos de sociedade, com aumento da complexidade das vilas, tornando-se as primeiras cidades, melhorias expressivas na produção agrícola, mediante ao uso de ferramentas de bronze,  e o advento da guerra, o maior entre todos os motores do avanço tecnológico e civilizacional humano. A domesticação do Bronze, um produto da metalúrgica do Cobre enriquecido pelo Estanho, em quantidades específicas, não suficientes para torna-lo tóxico e insalubre, mas mais resistente e maleável. 

O Bronze fora domesticado, inicialmente, no Levante, em proporções tóxicas para a saúde de quem utilizasse-o, dada as elevadas quantidades de estanho. No 4 milênio antes da Era Comum, o desenvolvimento do Bronze começou a se espalhar por todo o crescente fértil. Muito embora fosse o lar das inovações tecnológicas, o crescente não contava com grandes reservas de Estanho, tornando seu acesso limitado. A difusão do Bronze foi lenta, mas alcançou níveis mais significativos durante o final do quarto milênio antes da Era Comum, um período de extensas transformações em toda a Eurasia Ocidental. 

Nas bordas da civilização mediterrânea, os Caçadores e Coletores da Estepe desenvolveram uma sociedade pastoril, semi-nomade, patriarcal e guerreira, em contraste com as civilizações do mediterrâneo, agrícolas, pacíficas, matriarcais e sedentárias. O contato entre os povos fora extensivo durante todo o Neolítico, sem grandes tons de relevância. O grande destino dos filhos do Pai dos Céus, a figura central presente em seu politeísmo, estava prestes a começar. Com a invasão dos povos da Siberia Ocidental, do grupo dos Macro-Botai, formando a Cultura de Maykop, os habitantes da Cultura do Dolmen - um destes grupos de caçadores e coletores da Estepe, cuja genética apresentava uma maior influência dos Caçadores e Coletores do Cáucaso - são dispersos e pressionados a migrar, muitos dos quais partiram para a Transcaucasia e estabeleceram-se como a elite dominante, criando o Horizonte Kura Araxes. Inicia-se então a expansão das Culturas Guerreiras, encabeçada pela Expansão dos Anatolicos-Urartianos, como elite dominante deste grupo etnicamente diverso, espalhando, ainda, a influência massiva das culturas do Calcolítico Transcaucasiano, que compuseram a maioria de sua genética e - certamente - as maiores presenças entre suas tropas. 

No Norte, os povos do Dolmen se unem às tribos do Médio Don, Dnipro e Danastro, em especial por intermedio de casamentos mediados por fêmeas do Dolmen. Surgem então as bases da Cultura Sredny Stog, Khvalynsk, Mariupol e do Médio Don, que servirão de base para o advento das Culturas Yamnaya e Corded Ware, representantes materiais das Tribos Proto Indo Europeias, em seu estágio clássico - considerando que os Proto-Anatolicos-Urartianos também fazem parte de seu grupo - que será o demarcador das principais transformações promovidas durante a Idade do Bronze. Entre 3900 BCE e 2000 BCE, os Proto Indo Europeus, os povos da Estepe Pontico Caspia, encabeçariam a transformação e colocariam um fim na primeira das Eras das Civilizações da Eurasia Ocidental, não como inovadores da metalúrgica, mas como fundadores da Guerra - muito embora os registros indiquem a presença de conflitos de menor escala em momentos anteriores, em especial entre as cidade-estado Sumérias  e Elam.

O Impacto promovido pela Expansão Kura Araxes, já mencionado em outro texto, durante o Final do Calcolítico, bem como a Expansão dos Yamnaya em direção aos Balcãs e Ásia Central, entre 3100-2500 BCE, ou a expansão da Cultura da Cerâmica Cordada, do Médio Don e Floresta de Estepe para o coração da Europa Central e Oriental, entre 3000-2200 BCE, promoverá a mais substancial mudança na  organização das sociedades que o mundo já experimentou. A Era do Bronze marca uma mudança avassaladora na estrutura das Sociedades, organização Religiosa, centralização política, redução da desigualdade material, o advento da guerra, a domesticação dos equinos, o avanço da metalúrgica, o advento da escrita em extensa difusão - não mais limitado aos cuneiformes precoces, sem muita complexidade de registro - a criação das rotas comerciais, dos primeiros códigos de leis, das primeiras estruturas de Paleo-Estados, o advento da roda com aro, e seriam incontáveis os avanços possíveis de mencionar, provocados não apenas pela metalúrgica do bronze, mas pelo nascimento da Guerra.

Para compreender, em real profundidade, o nascimento legítimo da Civilização do Egeu, com os diferentes grupos etnoculturais responsáveis pela concepção da Civilização Hellenica, é preciso compreender seu contexto de época. Sua história denota a fusão dos elementos de ambas as Culturas, de um lado os Invasores Pelasgios, oriundos da estirpe estépica, filhos do Deus Celeste, os portadores da virtude solar e da potência guerreira, da língua, do outro os habitantes Neolíticos e Calcolitícos, desenvolvendo-se como uma resistência, nos arquipélagos gregos, concomitante a todo o turbilhão social promovido pelas invasões dos povos da estepe, um refugio, entre tantos outros, para as sociedades mediterrâneas neolíticas, os Minoicos, encarnando seus princípios kybelianos, em extensivo contato ao crescente fértil, e recebendo seus avanços, seja por contato comercial ou por migrações de Anatólicos, que fomentaram o desenvolvimento da cultura palacial de Knossos. Da fusão de seus elementos, na verdadeira e histórica Titanomaquia, nascerá a Civilização do Egeu, liderada pelo espírito guerreiro dos Pelasgos e culminando na mítica Guerra de Troia, o determinante para seu colapso e advento da Grécia Clássica, mediante as invasões dóricas e ataques dos povos do mar.

E do caos, surgido na Idade das Trevas Grega, nascerá o povo Helênico, os descendentes da Antiga Civilização do Egeu, associados aos Invasores Dóricos, absorvidos pelos seus antecessores. Mas para entender como a Grécia Clássica se estabeleceu e compreender seu desenvolvimento, seu climax, nas Glórias de Felipe, Alexandre e seus Generais Sucessores, é preciso retornar para os precursores, aqueles que tornaram os seus memoráveis feitos em mitos de Heróis Lendários, cuja grandiosidade fora tanta que poderiam, apenas, representar a manifestação fálica da potência divina solar em plano material, sendo aclamados como Semi-Deuses ou filhos dos Deuses. 

 

Os Minoicos 

A Civilização Minoica fora uma civilização mediterrânea descendente de grupos Nativos do Egeu Neolítico, que em larga maioria perduraram durante todo o calcolítico - em especial dos grupos austrais, similares ao Peloponeso, um grupo Natufian-Rich tipico do Sudoeste da Anatolia, distintos do norte e centro da Grécia - somando-se aos migrantes do período calcolítico tardio, oriundos das populações Leste Anatólicas e Transcaucasianas Calcolíticas - CHG-Rich e Iran Neo-Rich - que modificaram profundamente a organização social das populações da Costa do Egeu e os Arquipélagos Gregos. Na transição do Calcolítico Tardio para a Idade do Bronze, entre 3200-2900 BCE, a expansão dos povos Indo-Anatolicos, catalizados pelo Horizonte Kura Araxes, parte para a Anátolia Central, empurrando ainda mais os povos Calcolíticos em direção à Costa Ocidental e Egeu, como reação à pressão expansionista Indo-Anatolica. A estes Calcolíticos Anatólicos, de Matriz Mediterrânea típica, alterados pelos Calcolíticos Transcaucasianos e Leste Anatólicos, chamaremos de Paleo-Lycios - ou Proto Lycios - dada a natureza da sociedade Lycia, uma sociedade da Idade do Ferro que remontava à sua origem à tais populações Calcolíticas Anatólicas já citadas, como alguns dos refúgios culturais que perduraram por toda a Idade do Bronze, chegando até o período clássico e sobrevivendo para a denotação de fontes históricas clássicas - e que corroboram com os elementos materiais observados pela arqueologia em todas as culturas da Anatólia Calcolítica e também do Egeu Calcolítico e Creta Minoica.

Concomitante à expansão dos Indo-Anatolicos, inicia-se o desenvolvimento da Civilização Minoica, um resultado da já citada fusão - de elementos Egeu Neolíticos, típicos do Peloponeso, e de refúgiados Calcolíticos Anatólicos, de elementos culturais Paleo ou Proto-Lycios -  com o surgimento de novos assentamentos na região há aproximadamente 5150 anos atrás (3150 BCE), coincidindo com a expansão dos Indo-Anatólicos para a Anatolia Central e Ocidental. A primeira fase da cultura Minoica, chamada de Early Minoan I ou Período Minóico Inicial I, fora representada pelo crescimento exponencial dos assentamentos anteriores, somando-se a novos assentamentos, expansão dos campos de produção agrícola, desenvolvimento de artes e cerâmicas ornamentadas mais sofisticadas. A característica de organização social - das primeiras populações Minoicas - assumia um caráter notoriamente distinto das organizações típicas da idade do bronze, remontando aos povoadores Calcolíticos e Neolíticos, refugiados na região, com um sistema de duas classes, "homens" livres e escravos, com grupos divididos em um sistema de clãs - matrelineares e matriarcais - uma tradição religiosa voltada ao culto de entidades que representavam forças da natureza, centrada no culto da Deusa Mãe - um arquétipo típico das sociedades mediterrâneas pré Indo Europeias - com a propriedade privada - uma inovação do Neolítico provocada pelo Sedentarismo - associada, de modo geral, aos Clãs e grupos familiares. 

A Sociedade Minoica receberá, já nos estados iniciais de sua concepção, importante influência da complexa rede comercial - já estabelecida desde o neolítico - que conectava o Crescente Fértil com os Vales do Sudeste Europeu, o que promovia um importante contato intercultural e permitia que, através das operações comerciais, as inovações tecnológicas do Crescente Fértil chegassem com maior velocidade à Ilha de Creta. Muito embora na periferia do Centro de Desenvolvimento da Civilização Mediterrânea, os Minoicos foram notavelmente beneficiados pelas influências culturais advindas do Egito, Levante e Mesopotâmia, além das constantes levas de refugiados da Anatólia. 

O solo da Ilha de Creta, como todo o solo da Grécia Continental, era de constituição rochosa, de difícil cultivo, o que sempre limitou a expansão dos assentamentos populacionais na região. Com o advento da Metalúrgica do Cobre, em períodos anteriores, houve uma substancial expansão das áreas cultiváveis, mediante melhorias nas técnicas de produção. Com o advento da Metalúrgica do Bronze a expansão fora ainda maior, o que, adjunto à novas técnicas de cultivo e produção, permitiu um crescimento exponencial dos Vilarejos e Vilas Proto-Minoicas. Inicialmente o cultivo de grãos fora a principal atividade econômica desempenhada pela civilização minoica, com a pesca, pecuária bovina e produção de artesanato desempenhando um papel secundário nas atividades produtivas da sociedade.

An Early Minoan vessel shaped like a bird.


A cerâmica em Creta - até então sem pinturas, ornamentos ou quaisquer sinais de refínio de técnica - começou à apresentar os primeiros elementos de sofisticação, sendo uma importante marca do período. O Período Minóico Inicial durou de 3100 BCE à 2650 BCE e fora marcado pelo exponencial desenvolvimento das já citadas inovações, bem como pela ampliação das rotas comerciais. O período Minoico Inicial Médio, de 2650 BCE à 2200 BCE, simbolizou as maiores transformações experienciadas pela ilha e fora marcada pela transmutação econômica da civilização, passando de uma sociedade Agrícola, com eventual comércio secundário, à uma sociedade baseada no comércio, assumindo uma característica internacional, com importante destaque no comércio entre os povos do continente Europeu, ricos em reserva de Cobre e Estanho - utilizados para a síntese da Liga do Bronze - com o Egito, Levante e Mesopotâmia, os centros das inovações tecnológicas na Idade do Bronze. 

A sociedade da ilha receberá uma elevada influência da Sociedade Kemetica do Egito, em especial pela sua vitalidade comercial para a Civilização do Nilo - rica em inovações, com as mais férteis terras do crescente, porém carentes em reservas de Estanho - o que promoveu uma aproximação, com consequentes influências culturais, tecnológicas, políticas, religiosas e sociais na primeira civilização do Egeu. Nesse período - o Período Minoico Inicial Médio - os assentamentos dobraram ou triplicaram de tamanho, as inovações de técnicas de produção e variantes de cereais , concebidas no Egito e Levante, adentraram a Ilha de Creta, as peças de cerâmica aumentaram de qualidade e complexidade ornamentaria, a qualidade e prevalência das ferramentas do Bronze multiplicaram-se exponencialmente, joias e ornamentos decorativos tornaram-se substancialmente mais comuns - o que evidência o acumulo de riqueza material desta cultura - recebendo um estilo artístico único, com evidente influência dos estilos egípcios e paleo-caananitas - levantinos - e, talvez, a mais importante das inovações - que possibilitaria as relações comerciais, tão importantes para o desenvolvimento desta civilização - as embarcações comerciais com mastro, introduzidas há cerca de 4500 anos na Ilha de Creta. 

Com a sofisticação da sociedade e aumento da complexidade cultural Minoica, os assentamentos - vilas e vilarejos - tomam formas de cidades, administradas por autoridades locais. O sistema de clãs matriarcais perdura, mantendo os vínculos entre os habitantes destas cidades primitivas, templos religiosos se ampliam, revelando elementos singulares em sua concepção de mundo, como a divinização dos Bovinos - tão importantes para as atividades pecuaristas na Ilha - o já citado Culto à Deusa Mãe, os Sacrifícios Humanos - em especial o infantil - e os rituais Sexuais. Julio Cesare Evola, controverso autor italiano, escrevera sobre as sociedades do neolítico, caracterizando-as como sociedades de um "Espírito Ctônico", um conceito ampliado por Aleksandr Dugin na Noomaquia, apresentando-nos o Logos de Kybele - inspirado nas tradições religiosas dos Lycios, cuja religião centrava-se no Kybelianismo - um conceito fundamental para a compreensão das práticas religiosas, organização social, instituições e demais aspectos culturais e organizacionais dos povos Pré Indo Europeus - e corroborados, inclusive, por autoras feministas como Gibumtas, antropólogos e pelas evidências materiais arqueológicas sobreviventes. 

Para entendermos uma sociedade Ctônica, ou regida pelas influências do Logos Kybeliano, farei uso de tal conceito, abstendo-me de detalhar as relações metafísicas - dentro do entendimento Noologico - e atendo-me às manifestações culturais, partilhadas com outros modelos de teorias, em vistas de manter o caráter secular e imparcial do texto, lembrando que todos os aspectos citados são corroborados pelas evidências arqueológicas, registros históricos de sociedades em continuidade de cultura material, ou de mesma base em regiões semelhantes. As sociedades mediterrâneas possuíam uma estrutura matriarcal e matrelinear, o que significava que a regência da família estava sob o domínio de uma matriarca, que o pertencimento à um clã era definido pela linha materna de um indivíduo. Eram de um aspecto materialista e libertino, o que a arqueologia prova pela presença de acentuada desigualdade material - reafirmada pela distinção entre ornamentos e objetos pessoais em túmulos, pelas práticas comerciais preponderantes e pelas artes deste período - com elevada liberdade sexual, também evidenciadas pelas artes - que retratam mulheres nuas, com seus seios expostos, em rituais sexuais, típicos em todo o crescente fértil, também representados. Seu aspecto religioso possuí continuidade às tradições Neolíticas, Mesolíticas e Paleolíticas das Sociedades Humanas, cujo papel do divino constituía-se da incorporação de forças elementais, ctônicas, entidades bestializadas, que transmitiam seu aspecto de constituição moral, focalizado na satisfação das necessidades materiais e nos prazeres da materialidade.

Tal como os Fenicios , ou Ugariticos, e como todos os povos do Neolítico, Calcolítico e Pré Indo Europeus posteriores, observa-se uma notória similaridade ao sistema de produção e organização social do Capitalismo Liberal, o que inclina diversos autores a salientar o aspecto Paleo Capitalista destas sociedades. Evola e Dugin traçaram diversos paralelos entre a Sociedade Ocidental Liberal e o aspecto Ctônico destes mediterrâneos, tendo nos Minoicos alguns de seus maiores exemplos. Ainda sobre suas práticas religiosas, os Minoicos cultuavam, com centralidade, a fígura da Deusa Mãe, a quem dedicavam extensivos rituais de sacríficios humanos - em especial de Neonatos, bebês e crianças - rituais sexuais, preconizados pela fígura da Sacerdotiza da Deusa Mãe e seus "Eunucos", que assumiam um papel similar ao das Virgens Vestais e Freiras em culturas europeias posteriores. Aqui o conceito de "eunuco" toma uma conotação diferente, não o homem sacerdote castrado - o que acontecia em algumas culturas mediterrâneas - mas o indivíduo que guardava-se com exclusividade para a relação de Rituais Sexuais, em que a Sacerdotisa da Deusa Mãe personificaria a entidade e a orgia sexual se traduziria na devoção da potência fálica dos eunucos para a satisfação da Deusa, resultando, assim, em uma oferenda sagrada, capaz de conceder a fartura para as colheitas ou o sucesso das navegações comerciais, tão importantes para a sustentação da sociedade minoica. 

Nenhuma descrição de foto disponível.

Apesar das evidências sugerirem uma organização social pacífica, nos primeiros estágios da Sociedade Minoica, não devemos considerar a ausência da violência, traduzida em outros costumes. O mais notório, sem duvida, o Sacríficio Humano, centralizado na fígura do Infante Masculino, uma surpresa que a arqueologia veio a findar, com dezenas de milhares de ossadas pueris encontradas em templos minóicos, que são datados desde os períodos iniciais até a conquista dos Mycenicos e fim da Civilização Minoica. Nota-se, também, como os Sacríficios não se restringiam aos infates, como as evidências arqueológicas suportam, somando-se aos mitos tardios - presentes na Grécia Clássica - que retraram a civilização minóica, em especial o Minotauro. 

Outro notório aspecto, das civilizações mediterrâneas, é o consumo do alcool e realização das orgias - algo não totalmente findado após a expansão indo europeia - uma tradição recorrentemente retratada nas pínturas do período. Tal como uma civilização materialista e ctônica, a prevalência dos comportamentos primitivos e animalesco, dos juízos emocionais e instintivos, da busca da satisfação material e dos apetites, são aspectos esperados e corroborados por todas as evidências materiais e paralelos do período. O culto a formas corporais, à virilidade bestial e potencial copulátorio no homem e no aspecto maternal centralista da mulher, representativo da divinização da vida carnal e material, como aquela que traz à luz, e o papel provedor e copulador da fígura do masculino, não nos seria estranho ante ao observado no Ocidente Moderno. Certamente não é um absurdo afirmar que encontrariamos mais paralelos entre a sociedade atual e a minoica do que com sociedades posteriores da Idade do Bronze e até da Antiguidade Clássica. A ligação da atividade maritima e seu papel central na Civilização Minoica, conduziu Aleksandr Dugin a cataloga-la como a primeira Talassocracia. Na realidade o Conceito Clássico de Talassocracia fora cunhado pelos Gregos Continentais para a explicar a Dominação Minoica ante aos Pelasgios, um aspecto que abordaremos mais para frente. E é justamente da Sociedade Minoica que Dugin retira a inspiração para seu conceito de Atlantismo, revelando os diversos paralelos presentes entre o Logos Minoico e o Logos Atlantista Ocidental Moderno. 

Todas as características retratadas acima seguem em continuidade com as tradições observadas desde o Neolítico - algumas certamente iniciadas em períodos anteriores - mas apresentaram sua acentuação, bem como transmutassão singular dentro do horizonte cultural minoico, durante o Período Minoico Inicial Médio. Não somente as cidades se desenvolvem, como também artes  sofisticadas, novos modelos de habitação - mais resistentes, amplos e decorados, com elevado grau de distinção de riqueza material - ruas com pavimentos rochosos, templos edificados com artes e ornamentos significativamente mais complexos, e as primeiras mega-edificações,  monumentos religiosos - centrados na figura Bovina - e outras construções de característica monumental. A influência do Crescente Fértil projetou incontáveis inovações na civilização minoica, que tomaram sua característica peculiar, adaptada à cultura local.

Reconstruction of the procession fresco by Minoan

O Período Minoico Inicial Final, iniciado em 2200 BCE até 2100 BCE, fora em continuação com os elementos já apresentados pelo estágio anterior, emergindo, por fim, à chamada cultura Proto-Palaciana, dando inicio ao Período Minoico Médio, de 2100 BCE à 1750 BCE. A explosão demográfica dos assentamentos de Knossos, Phaistos e Malia, na Ilha de Creta, fora resultante dos avanços introduzidos no período inicial, somando-se às constantes migrações de refugiados anatólicos Proto-Lycios na região. Os templos religiosos, originados ainda no neolítico e ampliados continuamente, centralizavam as populações urbanas no período Minoico Médio Inicial, sendo, gradativamente, associados à estruturas palacianas, responsáveis por gerir as Cidade Estado da Civilização Minoica. A introdução da Roda de Oleiro fora uma das mais significativas introduções do período, permitindo o desenvolvimento de uma cerâmica ainda mais refinada e de um estilo de arte unico, entre eles o Estilo de Cerâmica de Kamares, característico dos períodos iniciais da Cultura Palaciana Minoica. Os estilos de pinturas, com novas tínturas importadas do oriente, também marcaram sua presença mais sofisticada neste período, tornando-se uma importante marca da sofisticação desta civilização.

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O Período Minoico Médio Intermediário, estimado entre 1875 BCE e 1700 BCE, teve como seu principal marco a introdução de um sistema de escrita, chamado de Hieroglifos Cretenses, inspirado nos hieroglifos keméticos ( Egipcíos). Fora um período breve, terminado pela massiva destruição das estruturas palacianas prévias, com a atribuição provável à terremotos. Nota-se que, neste período, as atividades comerciais minoicas assumiram um caráter talassocrático, com dominação e influência sob a Grécia Continental e Egeu, através do domínio de rotas comerciais e maritimas. Surgem, com maior frequência, elementos indicativos do caráter belicoso, como muralhas, armamentos de bronze, armaduras etc.. o que leva alguns estudiosos a concluirem que a destruição dos palácios poderia ter uma motivação belicosa, ainda que sem substituição das culturas anteriores. Em todo caso, a Hegemonia Minoica, de base Talassocratica, sob o Egeu seguiu, e a cultura material subsequente não apresenta traços de ruptura com a cultura Proto Palaciana. 

O Estágio Minoico Médio Final, de 1750 até 1700, é marcado pela reconstrução dos Palácios, com a introdução de novas técnicas de arquitetura, pela sofisticação das artes - em especial cerâmica, pintura, ornamentos metálicos etc.. - e substituição dos Hieróglifos Cretenses pela Escrita Linear A. Surge, então, a cultura Neopalaciana, que perduraria entre 1750 e 1420 na Ilha de Creta, representando tanto o apogeu como o abrupto declínio da Civilização Minoica, com a invasão Mycenica, em 1420 BCE, marcando sua assimilação cultural e submissão às Potências Mycenicas, emergentes no período.

Analisando a composição genética da Sociedade Minoica, em diferentes períodos e sítios, encontraremos total correspondência com os elementos arqueológicos materiais e com as movimentações populacionais concomitantes ao seu período de desenvolvimento. 

Target: Greece_Minoan_Lassithi
Distance: 1.3215% / 0.01321549
75.0    Aegean_Farmer
19.8    Central_Anatolian_Calcolhitic
5.2    Kura_Araxes








O predomínio da Genética Minoica, nos estágios iniciais, demonstrava uma contínuidade com os habitantes Neolíticos do Egeu, em especial aos grupos do Peloponeso e Grécia Insular, somando-se à um influxo de 20% dos habitantes da Anatolia Calcolítica ( Proto-Lycios) - já com elementos do Calcolítico Transcaucasiano - e 5% de influências dos Proto-Armeno-Anatolicos - Kura Araxes, uma população Transcaucasiana Calcolítica com adicional influência dos Sul Estépicos do Dolmen, CHG-Rich com EHG minoritário. Credita-se ao final do Calcolítico, como sugerido anteriormente, a introdução dos elementos Calcolíticos Anatólicos, como resultado da Pressão Exercida pela expansão dos Proto-Kura Araxes, oriundos do Dolmen e do Norte do Caúcaso, pressionando os povos mediterrâneos locais à expandir em direção à Anatolia Ocidental e Egeu. 

Distance to:Greece_Minoan_Lassithi
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0.08503710Cypriot
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0.08601412Sardinian_Benetutti
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0.08834121Sardinian

Estes Minoicos iniciais, tais como os habitantes Neolíticos Gregos, apresentavam pouca similaridade com qualquer população moderna, ainda que a influência Anatólica Calcolítica certamente tenha contribuído para sua maior similaridade com os Gregos Modernos - em detrimento dos Habitantes Neolíticos, que pendiam apenas, e muito distantes, para os Sardos, como todas as populações Neolíticas Europeias.

Target: Greece_MiddleMinoan
Distance: 3.3768% / 0.03376755
54.8    Aegean_Farmer
34.2    Central_Anatolian_Calcolhitic
8.4    Paleo_Caananites
2.6    Zagros_Farmer

O Período Minóico Médio, marcado pelo profundo desenvolvimento tecnólogico e da característica Civilização Palaciana, a Civilização Clássica Minoica, apresenta uma acentuada reposição da população local, com a ampliação dos elementos Calcolíticos Anatólicos - simbolizando a migração de refugiados Anatólicos, movidos pela constante pressão expansionista provocada pelos Indo-Anatólicos, em especial os Hatti. Soma-se, ainda, a influência dos Caananitas da Idade do Bronze, os Levantinos ancestrais de Fenícios, Hebreus, Amoritas, Edomitas, Elaboitas etc.. junto de um residual relativo aos Neolíticos dos Montes Zagros, representante das migrações de Zagrosianos Calcolíticos e Mesopotâmios para o Levante no Calcolítico e Idade do Bronze inicial - associados aos textos da Tanakh Judaíca, acerca da origem de Avraam. 

Distance to:Greece_MiddleMinoan
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0.08224988Cypriot
0.08280502Greek_Cyprus
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0.09075672Italian_Campania_Naples_(Campanian)
0.09079609Greek_Crete_Lasithi

Os Minoicos Médios seguem, tal como seus antecessores, sem muitas correspondências com as populações modernas, mas a crescente introdução de genomas do Oriente Próximo pode ser observada, mediante uma substancial Orientalização observada no perfil genético do período. 

Target: Greece_Minoan_Kephala_Petras.SG
Distance: 2.3558% / 0.02355786
47.0    Aegean_Farmer
41.8    Central_Anatolian_Calcolhitic
7.6    Danubian_Farmer
1.8    Yamnaya
1.2    Paleo_Caananites
0.6    Kemetic_Egyptian

O período Minoico Tardio, final, marcado pelo apogeu e declínio da Civilização Neopalaciana, fora marcado pela continuidade com os perfis genéticos Minóicos Médios, em seus estágios iniciais, passando a receber influências da Grécia Continental - Civilização Mycenica - após o declínio da Civilização Palaciana, em decorrência de terremotos e pela Erupção do Vulcão de Thera. Dos principais centros urbanos da ilha, apenas Knossos sobreviveu. Percebe-se um aumento na contribuição genética calcolítica anatólica, bem como a introdução de genomas da Antiga Civilização do Danubio, somando-se aos Yamnaya Proto Indo Europeus, o que sugere o primeiro contato com a civilização dos Pelasgos, ou Proto-Hellenicos, no período Minoico Tardio Médio, aproximadamente 1625 BCE. A maior parte dos sítios demonstram elementos de destruição massiva, possívelmente mediada por uma invasão, prevalecendo, apenas, a cidade de Knossos, que se manteve, preservando alguns aspectos da cultura Neopalaciana, até o ano de 1420 BCE, marcada por uma Invasão Mycenica e consequente substituição da Cultura Palaciana, por um modelo similar ao da Grécia Continental. 

Distance to:Greece_Minoan_Kephala_Petras.SG
0.07853930Sardinian_Sulcis-Iglesiente
0.07929738Greek_Ikaria_sim
0.07937084Greek_Kythira_sim
0.08096993Greek_Dodecanese_Rhodes2
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Percebe-se a contínuidade da mesma matriz genética, ao menos ante a similaridade, nos 3 períodos da Ilha. Nota-se que, em estágios finais, a presença do DNA Pelasgonio indicava já algum tipo de contato na Ilha - muito provávelmente mediado pela Primeira Invasão, subsequente à Erupção do Monte Thera - bem como um elemento Caananita da Idade do Bronze e Kemetico(Egípcio) presentes, ainda que em substancial redução se comparado aos períodos anteriores. Nota-se, ainda, que a Influência Paleo-Lycia, ou Anatólica Calcolítica, chegou há 43% neste período, indicando um influxo constante e conexões contínuas de refugiados Lycios e Pré Indo Europeus Anatólicos, não apenas no final do Calcolítico e Inicio da Idade do Bronze, como até o colapso da Civilização Neopalaciana. 

Palace of Minos (reconstruction) | Ancient greek architecture, Minoan,  Minoan art

Certamente a Erupção do Monte Thera marcou o Final da Hegemonia Minoica sob o Egeu, sua talassocracia - dominio baseado no controle dos mares e rotas comerciais - e acabou por catalizar a invasão da Ilha, no ano de 1625 BCE. Entre os anos de 1700 e 1625 BCE, contudo, a Civilização Neopalaciana atingiu seu apogeu. Muito embora seja de nosso desconhecimento algumas das características de sua imposição Talassocrática, ao regressarmos para a Mitologia do Politeísmo Grego Clássico - em especial, à Lenda do Minotauro - certamente encontraremos elementos fundamentais para entedermos o processo de imposição e influência exercidos pela Civilização Neopalaciana em toda a região do Egeu. O Mito de Teseu conta do Labiritindo do Minotauro, um monstro, concebido pela esposa do Rei Minos, de Knossos, mediante à afronta cometida por este ante ao Deus dos Mares, Poseidon.

Surpreendentemente, em escavações no Palacio de Knossos, foram encontrados evidências materiais que corroboram a idéia de sacríficios humanos de Estrangeiros, em uma estrutura que muito lembraria o Mítico Labirinto do Minotauro. Certamente, a Erupção do Vulcão Thera, que destruiu a maior parte das cidades minoicas, pode ser interpretado como "A Fúria de Poseidon" ante às atitudes dos Minoicos, os quais, não por acaso, possuíam um culto especial à figura do Touro - o motivador da abominação criada, pelo adúlterio da Rainha de Knossos, chamada de Minotauro, fora justamente o apego do Rei Minos à seu precioso touro, que deveria de ser sacrificado ao Deus dos Mares - e utilizavam-se de ornamentos rítualisticos que lembravam a morfologia bovina. Teseu representaria, muito que provávelmente, alguma espedição Mycenica motivada à cessar a imposição da talassocrácica de Knossos, aproveitando-se da fragilidade subsequente à erupção do Monte Thera. Certamente Teseu fora um líder Mycenico, promissor, destinado a confrontar os frangalhos restados da Civilização Neopalaciana e por um fim à Hegemonia de Knossos, liderando sua Koryos - conceito proto indo europeu de Mannerbund - e destruindo o Palacio de Knossos, libertando, assim, os Pelasgonios Continentais da Talassocrácia Minoica e permitindo o florescimento da Civilização Mycenica, através de seu controle nas Rotas Comerciais do Egeu. 

Minoan Snake Goddess

E o que restara da gloriosa Civilização Minoica, no período subsequente, apenas a Cidade de Knossos - embora as evidências materiais sugiram uma destruição, neste período, provocada por uma invasão - contínuou a abrigar o que sobreviveu da Civilização Neopalaciana, chegando à sua completa substituição em 1420 BCE, quando invasores Mycenicos invadiram a Ilha e substituiram a Cultura Minoica por uma estrutura política, cultural, social e religiosa típica da Grécia Continental. Se a destruição, de 1625 BCE, em Knossos fora produto, apenas, da fúria do Monte Thera, e a história de Teseu e seu mito retratem a invasão de 1420 BCE - o que é menos provável, já que Knossos não possuia mais recursos materiais para impor exigências às Cidades Mycenicas da Grécia Continental, já não exercia mais quaisquer tipos de meios de manter sua Talassocracia - não há como defirir de forma absoluta, todavia, assume-se o declínio da Civilização Neopalaciana na marca de 1625 BCE e sua substituição no ano de 1420 BCE, com seus ultimos anos representando uma retração substancial na complexidade de seus elementos culturais e população. 

Para entendermos o panteão de deidades cultuadas pelos Minóicos, certamente encontraremos diversos elementos presentes no Politeísmo Helênico Clássico. Considerando o caráter característico dos Politeísmos Indo Europeus, associados às Fíguras do Deus dos Ceús, ou Pai Celestial, e demais deidades Olimpianas, e a característica das deidades Pré Indo Europeias Mediterrâneas, associando-se a entidades representativas de fíguras zoomórficas e bestiais ou personificações de forças naturais, sempre retratadas como Titãs ou Gigantes - do políteismo Hellenico até Nórdico - encontra-se na Titanomaquia e a Gigantomaquia, dois eventos ancestrais, do embate entre os Deuses Olimpianos e os Titãs, liderados por Chronos, o senhor do Tempo, que terminaram com a derrota e reclusão no Tártaro. Certamente, entre os Titãs e Gigantes, encontraremos as antigas divindades dos povos Pré Indo Europeus, como as evidências arqueológicas e paralelos culturais tendem a nos mostrar. Não por outro motivo, o significado de Ctônico remonta ao Titã Chronos, o senhor do Tempo e da Matéria, que, juntamente a Gaia  - a grande Deusa Mãe Progenitora - teria fundamental papel no Panteão Neolítico, Calcolítico e Minoico do Egeu. Em todas as culturas Indo Europeias, encontram-se paralelos semelhantes, à exemplo dos Gigantes de Gelo e Fogo, presentes na cultura Nórdica e Germânica, elementos incorporados dos povos conquistados Pré Indo Europeus - dai o seu papel de derrotado e subjulgado, bem como de representante das forças do Caos, primordiais em todo o Universo, em contrapartida aos Deuses Celestiais, na fígura dos Aesir e Vanir, que simbolizam a Ordem Superior, muito semelhante aos Olimpianos.  

Os fenótipos, apresentados pela civilização Minóica, diferiam pouco dos já observados nos habitantes Neolíticos e Calcolíticos da Civilização do Egeu. Entre os principais fenótipos destacam-se os Proto-Mediterrâneos, ou Gracile Mediterrãneos, os Alpinideos, já com transição completa para a paedomorfia, e Berídeos intermediários de Paleo-Alpinideos e Caçadores e Coletores locais. Os traços Taurideos, associados à expansão Transcaucasiana Calcolítica, começaram a marcar presença no período Inicial Minoico, tornando-se mais comuns nos estágios finais da civilização, na medida que a genética dos Calcolíticos Anatólicos - os Proto-Lycios - eram gradualmente introduzidas, mediante migrações de refúgiados da Ásia Menor. 

Entre as linhagens Y paterna, destaca-se a introdução massiva do Haplogrupo J2, associando-se ao G2a, I2 e Ev13, presentes na população neolítica, com maiores incidências, ainda, do haplogrupo J1 e T. As linhagens maternas seguiam com elevada presença do H, com maiores influências do J, Hv, W e V. 

 








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